À Procura de Eric

Looking For Eric. Reino Unido/França/Itália/Bélgica/Espanha, 2009. Direção: Ken Loach. Com: Steve Evets, Eric Cantona e Stephanie Bishop. 116min.

Tudo bem que o Ken Loach é bem intencionado, que este filme nem incorre num dos mais flagrantes e habituais defeitos do diretor – o planfletarismo -, mas, putz, não dá. Mude-se o nome do autor para alguma dessas inocuidades estadunidenses, substituam-se os personagens proletários por um bando de losers adolescentes de alguma high-school ianque, e pronto: sai do forno mais uma rematada Sessão da Tarde.

Achei o filme muito pouco envolvente, por vezes aborrecido, arrastado. Entre uma e outra cena de maior inspiração, predominam a falta de força dramática, as sequências de timing equivocado e a narrativa frouxa. Fora os textos, que parecem ter sido extraídos de um manual de auto-ajuda (em edição especial para proletas).

A recente revisão de uma obra que anos atrás eu julgava maravilhosa, Terra e Liberdade, acabou resultando num substancial rebaixamento do conceito que eu atribuo ao Ken Loach. Com mais esta decepção, sinto muito, mas acho que desisti dele.

AVALIAÇÃO: não, não, não

Um pensamento sobre “À Procura de Eric

  1. Eu não desisti, mas certamente o conceito que tinha dele foi revisto, não por este último filme, mas opinião que já vinha de alguns anos. Sou menos radical, achei o filme aceitável, começou melhor do que eu esperava – quando li pela primeira vez a respeito, achei que o cara tinha enlouquecido de vez. Continua retratando a periferia e a classe trabalhadora. As mensagens são sempre as mesmas: sindicalize-se; a união faz a força; solidariedade de classe. Lembrou Meu nome é Joe, em versão piorada.

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